ATIVIDADE 1 DE QUÍMICA TURMA: 303 E TOT 9A (PROFª JOSSANE ) 02/07/2020
E.E.E.M. PROFª ODILA
VILLORDO DE MORAES
ATIVIDADE 1 DE QUÍMICA PARA TURMA: 303 E TOT 9A (PROFª
JOSSANE ) 02/07/2020
SOBRE ENERGIA DA BIOMASSA
O Brasil tem insolação elevada, alta produtividade agroflorestal e uma
base industrial que, em parte, depende do uso de biocombustíveis. Além disso,
pode aproveitar mais os resíduos agroindustriais e biomassas com ciclos de
crescimento curtos e de baixo custo, que complementam ou substituem a madeira
como fonte de energia.
Reúne, portanto, as condições necessárias para dar um novo impulso aos
usos dessas fontes renováveis cujos custos tendem a decrescer, na contramão das
expectativas quanto aos combustíveis fósseis que tendem a ficar mais escassos e
taxados para reconhecer suas externalidades.
Segundo o Balanço Energético Nacional - BEN, as biomassas (Madeira e
cana), responderiam por 27% da energia primária do Brasil, a maior parte
destinada a usos industriais. No entanto, a estatística oficial não contempla
alguns usos e processos de modo que subestima a participação das biomassas. Na
avaliação do INEE, ultrapassa um terço a energia primária do país.
Mtepi
|
(%)
|
|
Petróleo
|
94
|
33
|
GN
|
28
|
10
|
Carvão
|
14
|
5
|
Urânio
|
4
|
1
|
Hidro
|
37
|
13
|
Madeira
|
35ii
|
13
|
Cana
|
65iii
|
23
|
Outros
|
5iv
|
2
|
Fontes: BEN e INEE
|
|
Fontes de energia Primária Brasil / 2011
|
Essa dependência elevada dos biocombustíveis tem sido associada a
subdesenvolvimento e as bioenergias nunca foram tratadas da mesma forma que as
fontes mais "nobres", como a hidráulica, petróleo, gás natural,
carvão mineral e nuclear, para as quais existem políticas específicas.
Apenas o etanol e o biodiesel têm políticas específicas. Não obstante,
apesar da política do álcool ter sido a única grande revolução energética em
resposta às crises do petróleo, sucessivos governos têm tido dificuldade em
conviver com este biocombustível. A Lei nº 9.478 que criou a Política de
Energia, em 1997, no lugar de instituir uma agência para regular e controlar os
combustíveis de um modo geral, criou a “ANP – Agência Nacional do Petróleo”. Em
2005, para acomodar o biodiesel a ANP foi rebatizada para “Agência Nacional do
Petróleo, Biocombustível e Gás Natural”. Em 2011, o conceito de biocombustível
que, em todo o mundo, tem uma definição simples e direta foi assim definido
pela ANP:
“Substância derivada de biomassa renovável, tal como biodiesel, etanol e
outras substâncias estabelecidas em regulamento da ANP, que pode ser empregada
diretamente ou mediante alterações em motores a combustão interna ou para outro
tipo de geração de energia, podendo substituir parcial ou totalmente
combustíveis de origem fóssil;”
O texto confuso exclui os biocombustíveis sólidos, notadamente o carvão
vegetal.
O Brasil tem insolação elevada, alta produtividade agroflorestal e uma
base industrial que, em parte, depende de biocombustíveis. Além disso, pode
aproveitar mais os resíduos agroindustriais e biomassas com ciclos de
crescimento curtos e de baixo custo. Apesar da baixa eficiência observada nas
cadeias energéticas dos biocombustíveis, estes são fornecidos sem subsídios.
Reúnem, portanto, as condições necessárias para dar um novo impulso aos usos
dessas fontes renováveis cujos custos, ao aumentar a eficiência nos processos, tendem
a decrescer. Estão, portanto, na contramão das expectativas quanto aos
combustíveis fósseis que tendem a ficar mais escassos e taxados para reconhecer
suas externalidades.
Mesmo sem políticas públicas específicas, o uso de pellets deverá
surpreender positivamente como biocombustível. Já existem normas internacionais
que ajudam a organizar este mercado. Tendo em vista o aumento explosivo da
demanda na Europa por pellets, a exportação é uma possibilidade, mas o uso no
Brasil teria a vantagem de eliminar o custo de logística e, a julgar pela
experiência no velho mundo, pode substituir competitivamente óleo combustível
por aqui.
As questões levantadas são da maior importância, mas envolvem
modificações culturais profundas em dois setores com tradições arraigadas. Por
isso, o INEE tem dedicado especial atenção a ações que visam aumentar a
eficiência energética na cadeia das biomassas.
Com relação à cana de açúcar, desde a sua criação, o INEE trabalhou para
aumentar a eficiência no uso da biomassa da cana através do melhor
aproveitamento das biomassas secas (bagaço e palhas) com a produção de energia
elétrica. Realizou diversos seminários
(http://www.inee.org.br/eventos_agenda.asp?Cat=eventos) inclusive um, em 2005,
a pedido do BNDES, a partir do qual o Banco criou uma linha específica para a
cogeração de elevada eficiência. Atualmente trabalha para aumentar a eficiência
energética nos carros a etanol.
O INEE desenvolveu um estudo sobre Cogeração em uma Unidade de
Exploração Florestal Sustentada na Amazônia para a Fundação das Nações Unidas,
denominado Projeto Cogeração Amazônia.
O problema para produzir o CV de forma eficiente, a partir da lenha, é
bem mais complexo, pois se encontra em estágio mais primitivo e envolve fortes
modificações. O INEE desenvolveu um projeto piloto denominado Projeto Carvão Verde, no município de
Conceição do Macabu. Além disso, o INEE desenvolveu uma série de atividades com
o título geral de “Iniciativa do Carvão Verde”, com propostas ao Ministro de
Minas e Energia sugerindo a criação de uma Política para a Bioenergia da
Madeira. Este documento foi discutido em dois eventos organizados pelo
INEE, Seminário Madeira Energética - MADEN 2008 e
MADEN2, realizado em 2010. Em novembro de 2013 o INEE realizou um evento para
discutir a eficiência energética dos carros a etanol, do qual vai resultar uma
nova e importante iniciativa do INEE (Uso Eficiente do Etanolveicular no Brasil).
OBSERVAÇÕES
CANA-DE-AÇÚCAR
As necessidades de energia das usinas de cana no
passado eram supridas por terceiros, notadamente a madeira das florestas
nativas (lenha). Mais tarde esta indústria passou a consumir também óleo
combustível e comprar energia elétrica das concessionárias. Enquanto isso
queimavam nos campos ou em grandes piras, os resíduos combustíveis da
agroindústria, que contêm 2/3 da energia da cana.
A crise do petróleo obrigou a dominar a tecnologia
da queima do bagaço e as usinas conseguiram atingir a autossuficiência. No
início deste século, começaram a exportar energia para o setor elétrico,
processo ainda em estágio inicial, mas que deve crescer com a queda de
barreiras institucionais do setor elétrico a partir do Marco Regulatório (2004)
que reconhece a Geração Distribuída.
No fluxo de energia entre a plantação e o uso final
(energia útil) acima, as setas cinzas indicam as principais perdas observadas
na cadeia energética da cana. O aumento da eficiência, em qualquer ponto da
cadeia, contribui para aumentar a energia final (e consequentemente, a receita)
a partir de uma mesma área plantada.
Dentre as ações, se destacam, no campo, o
aperfeiçoamento genético da cana (para simplificar, o gráfico não explicita a
energia solar não aproveitada na fotossíntese que ainda é enorme), das
tecnologias de plantação e de transporte da cana que depende do óleo diesel. No
processo produtivo é fundamental a melhora do uso energético do bagaço e da
palha; além da cogeração cabe examinar outros aperfeiçoamentos, tais como a
produção de combustíveis sólidos e de etanol de segunda geração. Destaca-se
ainda, a necessidade de aumentar a eficiência da utilização de etanol nos
motores de combustão interna, tanto nos FLEX quanto em motores projetados para
esta finalidade.
Numa outra linha será analisada a densificação e a
torrefação do bagaço e da palha, processos que transformam essas biomassas em
biocombustíveis sólidos homogêneos com densidade energética elevada, de queima
limpa, fáceis de transportar, estocar e utilizar e, portanto, superiores à
biomassa “in natura”.
A produção de biocombustíveis sólidos é pouco
capital-intensiva, não depende, necessariamente, de grandes escalas de
produção. Usa tecnologias testadas e/ou que não dependem de saltos
tecnológicos. A produção em uma usina de cana tem a vantagem de usar insumos
com baixo custo local (biomassa, energia elétrica e calor) trazendo, inclusive,
ganhos de escopo que alavancam a economia das atividades tradicionais da
agroindústria da cana.
No Brasil, o uso de biocombustíveis sólidos obtidos
a partir de biomassa de origem florestal se concentra no Sul, mas é muito
pequeno vis-à-vis a quantidade de resíduos de biomassa produzidos no país. Um
dos entraves à sua expansão é de natureza cultural, por associá-los ao
subdesenvolvimento. Na Europa, essas barreiras vêm sendo superadas e os
biocombustíveis sólidos são hoje competitivos com os de origem fóssil. A
demanda europeia, bem pouco significativa no início da década passada, em 2010
já alcançam 14 milhões de toneladas, sendo 20% importadas dos EUA e Canadá.
Considerando seu preço atual dos pellets de madeira no mercado europeu, de
cerca de US$ 180/t, estima-se que esse mercado movimente perto de US$ 24
bilhões no comércio desses combustíveis.
Como o conteúdo energético do bagaço e da palha da
cana equivale à metade do petróleo produzido no país, o novo biocombustível
pode ter um papel de grande importância econômica e ambiental.
A cadeia de transformações e de usos da cana de
açúcar apresenta relevantes oportunidades de aumento da sua eficiência
energética com agregação de valor, custos decrescentes e forte desenvolvimento
econômico. Em contraste, as cadeias do petróleo e na energia hidrelétrica os
aproveitamentos de menor custo já foram realizados. Seus desafios tecnológicos
e riscos ambientais tendem a aumentar, enquanto suas cadeias de produção,
transformação e uso já operam com eficiências elevadas.
MADEIRA
A facilidade para obter madeira nativa aliada à possibilidade de
produzir Carvão Vegetal (CV) com tecnologias rudimentares e de usar estes
biocombustíveis também com tecnologias simples explica porque foram estas as
primeiras fontes de energia dominadas pelo homem foi a única importante até
meados do século XVIII.
A associação da energia da madeira ao primitivismo moldou a idéia de que
a energia da madeira dispensa regulamentos ou normas como ocorre como são
definicas para a gasolina, diesel, etanol, energia elétrica etc.. Essa
associação prejudicou a desenvolvimento de uma política energética para a
madeira e resíduos de biomassa, importante fontes renováveis e competitivas.
São restrições culturais que podem ser contornadas.
A biomassa “in natura” é um combustível heterogêneo com umidade elevada,
dimensão e composição irregulares e densidade energética baixa. Seu uso
industrial ocorre no setor de papel e celulose onde o vapor e energia elétrica
são produzidos em sistemas de alta eficiência (co-geração) usando os resíduos
florestais disponíveis perto da indústria.
No Brasil as indústrias de alimentos, cerâmica vermelha e gesseira usam
a madeira “in natura” para a produção de calor. Grande parte dessa madeira,
porém, têm orígem em florestas nativas. A indústria de gusa e ferros-liga é a
principal consumidora empregando o CV como termo-redutor. Um terço do
ferro-gusa produzido no país tem essa origem. Algumas indústrias deste ramo
verticalizam a produção de energia plantando florestas e produzindo o CV em
suas unidades industriais. Um grande número, no entanto, compra o CV de
terceiros, em grande parte produzidos com madeira nativa, em fornos de baixa
eficiência.
O processamento das biomassas permite produzir grande variedade de
biocombustíveis derivados com densidade energética mais elevada, homogêneos e
mais apropriados para atender as necessidades energéticas modernas.
A política energética não os considera o CV e de outros biocombustíveis
sólidos e gasosos. A produção, comercialização, logística e utilização das
bioenergias dessa cadeia e de seus derivados não estão sujeitas a qualquer regulamentação
de natureza energética. Na prática, têm tratamento assemelhado ao dado aos
biocombustíveis de uso residencial e rural, cuja obtenção e uso ocorrem em
grande parte à margem de uma cadeia formal da economia e sem intermediação
comercial.
Será preciso remover barreiras econômicas e culturais e a evolução
tecnológica será uma consequência. Barreiras culturais são sutís, mas não menos
importantes: o mimetismo cultural, por exemplo, tende a descartar soluções que
não foram desenvolvidas nas economias mais antigas e industrializadas. Certo
temas – como o gás do xisto na atualidade – ainda muito distantes da realidade
brasileira atraem mais atenção do que o carvão vegetal, um excelente
biocombustível.
No Brasil, o mercado e a produção de pellets e briquetes começam a se
organizar, mas a produção usa uma fração mínima dos resíduos de biomassa
existentes. Isto pode ser uma mudança importante no mercado de biocombustíveis
tendo em vista o grande volume de resíduos de biomassa (sobretudo no setor de
cana) e a possibilidade de serem plantadas gramíneas de crescimento rápido para
servirem de insumo.
Exercícios Sobre Fontes Renováveis De Energia
Responda aos exercícios propostos a
seguir e revise seus estudos sobre fontes renováveis de energia, recursos
energéticos que se renovam em um curto período de tempo.
Questão 1
(Enem) – Qual das seguintes fontes de produção de energia é a mais
recomendável para a diminuição dos gases causadores do aquecimento global?
a) Óleo diesel
b) Gasolina
c) Carvão mineral
d) Gás natural
e) Vento
Questão 2
(IFS) Marque a alternativa que indica as principais fontes ou tipos de
energias renováveis:
a) Petróleo, biomassa, eólica e solar
b) Gás natural, petróleo, nuclear e hidroelétrica
c) Biomassa, eólica, petróleo e gás natural
d) Eólica, hidroelétrica, solar e biomassa
e) Hidroelétrica, solar, petróleo e gás natural
Questão 3
A respeito das
fontes renováveis de energia, recursos energéticos que podem regenerar-se em
curto espaço de tempo, responda V para as proposições verdadeiras e F para as
proposições falsas:
( ) São exemplos de
fontes renováveis de energia: energia solar, energia eólica, energia
geotérmica, xisto betuminoso e biomassa.
( ) Os danos
provocados pelo uso de fontes renováveis de energia são mínimos se comparados
aos das fontes de energia não renováveis
( ) Apesar de serem
consideradas fontes de energia limpa, algumas fontes renováveis de energia
causam impactos no ambiente, como o uso da biomassa, que provoca aumento do
desmatamento.
( ) O Brasil ainda
não é conhecido pelo uso de fontes renováveis de energia porque estes demandam
avanços tecnológicos.
Assinale a
sequência correta:
a) VFVV
b) FVFV
c) FVVF
d) VFFV
Questão 4
Faça a correta
correlação entre os conceitos e as definições a respeito das fontes renováveis
de energia. Em seguida, assinale a alternativa que contém a sequência correta:
1. Energia
geotérmica
2. Energia eólica
3. Energia solar
( ) Esse tipo de
energia pode ser obtido de duas formas: diretamente, por meio de painéis de
células fotovoltaicas, ou indiretamente, por meio de usinas com coletores.
( ) O calor
produzido no interior do planeta Terra é responsável pelo fornecimento desse
tipo de energia.
( ) O
aproveitamento desse tipo de energia ocorre por meio de aerogeradores.
a) 3,1,2
b) 2,1,3
c) 1,3,2
d) 3,2,1
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